Fantástico! Foi essa a conclusão que cheguei ao olhar detidamente para o guarda-roupa de mamãe. Não o seu exterior, porque o que vale mesmo é o interior, não é mesmo?

Com ele aprendi que a máxima “No coração de mãe sempre cabe mais um” estava equivocada, a real tradução é no guarda-roupa de mãe sempre cabe mais um: pode ser uma blusinha do brechó, um presente da amiga, uma bolsa moderninha, todos são bem vindos a se juntar a família.

Com bravura, força, garra, determinação, há mais de 30 anos esse gigante de madeira encara com valentia a sua missão de aguentar as roupas de mamãe. Meu exemplo de vida é ele, almejo ter a resiliência deste objeto que não se abala nem após uma liquidação com 50% de desconto em todas as peças parceladas em 10 vezes no crédito.

Tamanho exemplo de bravura gerou simpatizantes, e então as roupas lutam por um lugar ao Sol, ou melhor, ao guarda-roupa. Amontoam-se, se digladiam em busca de um espaço para si no fantástico ser de madeira!

Apelidaram-no carinhosamente de Guarda-Roupa de Nárnia,  onde um mundo inteiro se esconde por dentro dele, definitivamente, um leão pode morar ali, porém sinceramente acredito que tal apelido não faz jus ao tamanho potencial dele. Ele é mais do que um lugar, é um planeta! É possível cometer um crime e usá-lo como local de desova. Uma família de coelhos pode viver ali confortavelmente. Por isso eu digo, esse guarda-roupa é realmente fantástico!

Mas querida mamãe, o coitado está ficando velho, cansado, com algumas partes descascando, range as portas em um claro pedido de socorro, então por favor, doe algumas roupas para que ele possa ter uma velhice em paz e honrar com a sua difícil tarefa: aguentar anos de fantasias.